29 de dez. de 2013

Vigilância Sanitáia de Ceará-Mirim atua no sul do Brasil nível internacional

VIGILÂNCIA DA ÁGUA VISANDO À QUALIDADE DE VIDA


Eriberto Moreira de OLIVEIRA
Vigilância Sanitária, Secretaria Municipal de Saúde de Ceará-Mirim/Rio Grande do Norte.


O Município de Ceará-Mirim, através do Programa VIGIÁGUA, implementado pela Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde, tem realizado um trabalho de monitoramento das águas utilizadas para consumo humano.

As coletas são feitas nos poços que abastecem a população e enviadas para o Laboratório Central-LACEN onde são analisadas. O trabalho realizado, desde 2011, inclui também coletas das águas em escolas municipais e estaduais onde, após o resultado das análises, os estabelecimentos que não se encontram obedecendo aos parâmetros de potabilidade, foram obrigados a desinfetarem os reservatórios e cumprirem as normas estabelecidas pelo Programa, garantindo uma melhor qualidade da água utilizada pela comunidade escolar. Após todo o trabalho, tivemos como resultado a diminuição de 68% do índice dos casos de diarreia no município de Ceará-Mirim, comprovados através da curva gráfica registrada no setor de epidemiologia do Hospital Dr. Percílio Alves e em outras Unidades de Saúde. É importante salientar que este trabalho é contínuo, que as metas de coletas pactuadas com o Ministério da Saúde estão sendo cumpridas e que as perspectivas, a cada ano, são ainda melhores. As ações realizadas demonstram claramente que a prevenção, através do monitoramento das águas, resulta em além de evitar que a população adoeça, contribui também para diminuir os gastos públicos com internamento e medicamentos para doenças relacionadas ao consumo de água.


Este trabalho realizado pela Vigilância Sanitária Municipal também resultou num relato de experiência cujo tema é VIGILÂNCIA SANITÁRIA: AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DA ÁGUA VISANDO À QUALIDADE DE VIDA que foi apresentado pelo sanitarista Eriberto Moreira, em outubro de 2013, no VI Simpósio Brasileiro de Vigilância Sanitária e no II Simpósio Pan-americano de Vigilância Sanitária, que ocorreram em Porto Alegre/ Rio Grande do Sul. Na ocasião, estivemos reunidos para debater, com colegas de todo o país e dos países das Américas, as questões da atualidade que desafiam a vigilância sanitária. A programação científica dos eventos abordou as tensões e os dilemas entre as atividades regulatórias relativas ao campo da vigilância sanitária e o modelo de desenvolvimento hegemônico na atualidade, não só no Brasil, mas em outros países das Américas. Na ocasião, aprofundou-se o debate sobre: os impactos que esse modelo provoca na situação de saúde individual e coletiva; sua capacidade de incluir ou excluir social e economicamente parcelas da população mais vulnerável; e, trazer, à luz, alternativas de organização e de ação da vigilância sanitária, considerando as desigualdades e os riscos à saúde, que o crescimento econômico provoca na sociedade. 

A experiência de Ceará-Mirim-RN serviu de modelo para outros municípios do Brasil e da América Latina, que poderão investir no monitoramento da água. Aliás, investir em medidas preventivas é mais barato do que em medidas curativas, a Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que a cada R$ 1,00 (um real) gasto com saneamento básico, economiza-se R$ 4,00 (quatro reais) no sistema de Saúde. Os gastos com uma diarreia de veiculação hídrica, ou seja, proveniente da água, envolve não somente os gastos hospitalares pagos pelo sistema de saúde, mas despesas que o próprio cidadão tem no seu salário, com locomoção para unidades de saúde, alimentação diferenciada, além do não comparecimento à escola e/ou ao trabalho. 
Segundo OMS, 80% das diarreias agudas no mundo estão relacionadas à água imprópria para o consumo humano, não tratada. Anualmente, dois milhões de crianças morrem de diarreia, a maioria dos casos ocorre na América Latina. Portanto, cuidar da água é saúde e qualidade de vida.


# Com informações do Blog de Carlos Cavalcante